Propósito Organizacional
O dicionário define a palavra propósito como intenção de fazer algo, buscar ou alcançar um objetivo e assim por diante. mas qual seria o propósito de uma empresa? É sobre isso que essa edição piloto do BeiCAST irá falar: o propósito organizacional e porque muitas empresas falham veemente em colocar isso em prática! Dê o play e conheça um pouquinho sobre esse tema tão importante e ao mesmo tempo tão complexo de ser colocado em prática.
ESCUTE O BEICAST SOBRE PROPÓSITO ORGANIZACIONAL AQUI:
OU LEIA O TEXTO DO PODCAST NA ÍNTEGRA
Nossas mentes são supersônicas
E construímos nossas bombas atômicas
Ou melhor, bombas neutrônicas
Mas o pobre não vê uma moeda
Hoje em dia o ar é poluído
Povos indígenas são perseguidos
Esta é a grande contribuição da humanidade
Para criar dias melhores
Pois é pessoal! Essa é a tradução livre de um trecho de uma música chamada eagle fly free, de uma banda alemã chamada Helloween. Porque comecei esse podcast com ela? Bom, primeiro porque a música é foda, segundo, por que ela fala de algo muito, muito importante mesmo. E olha que ela é de 1986! Estamos falando de consciência ambiental e social e isso amiguinhos e amiguinhas, está estritamente relacionado a um termo, que teve seu significado deturpado nos últimos anos: PROPÓSITO ORGANIZACIONAL! É sobre isso que iremos conversar hoje, inclusive como a maioria das empresas que tenta instituir processos organizacionais relacionados a propósito, fazem isso errado! Eu sou Luis Bei, e esse é o piloto do BEICAST!
Olá galerinha! Eu devo confessar que estou um pouco nervoso, pois gravar um podcast é algo totalmente novo pra mim. Fui incentivado pelo meu brother Renato Bontempo e após uma pequena pesquisa, descobri que muita gente estava disposta a ouvir o que tenho para dizer. Espero que gostem! Tentarei ser breve e dinâmico. Sobre o nome, BEICAST, agradeçam à Bruna Nunes, ela que sugeriu e eu, apesar de achar meio egocentrico, até que gostei E inicio esse piloto, falando de um tema que eu particularmente gosto bastante, o tal do propósito. Olha, eu gosto tanto disso, que é o slogan da minha agência a be more, serio mesmo, está escrito no nosso cartão de visitas e em nosso site: comunicação com propósito. Mas, o que significa isso, afinal?
O dicionário define a palavra propósito como intenção de fazer algo, buscar ou alcançar um objetivo e assim por diante. Certo, então está bem claro então o propósito de qualquer empresa de capital privado né não? ganhar dinheiro pra caramba! Certo, funcionava assim, pelo menos até alguns anos atrás. Entretanto, assim como a crítica presente na letra de eagle fly free, as pessoas, de uma maneira geral, começaram a ficar mais espertas, mais ligadas nessas paradas relativas ao ambiente, à desigualdade social, ausência de direitos, etc. Isso ajudou a criar um fenômeno muito interessante, que foi a percepção que clientes começaram a perceber do poder que eles tinham sobre as marcas. Nem faz tanto tempo assim, em 1996 por exemplo, a Nike virou sinônimo de trabalho infantil no mundo, após a revista Life divulgar, a foto de uma criança paquistanesa de apenas 12 anos de idade costurando uma bola de futebol da marca. Já a gigante no ramo de moda feminina Victorias Secrets foi denunciada por uma grande reportagem investigativa da bloomberg. A reportagem contou a história de uma garota de apenas 13 anos que relatou ter sido tirada da escola e sofrer frequentes abusos para trabalhar de forma escrava para a marca.
Bom, continuando, assim como no meio de direitos humanos, muitas marcas se complicaram em questões relacionadas ao meio ambiente e violação de animais. Temos vários exemplos de boicotes à marcas que testam seus cosméticos em animais, utilizam peles de animais em extinção etc etc. Bom, as marcas, que não são bobas nem nada, perceberam que pessoas não querem comprar de empresas que não oferecem o mínimo de qualidade de vida para seus funcionários ou que não respeitem as leis relacionadas ao trabalho, bem estar ou ainda que não respeitem o meio ambiente e os animais. Ainda bem né pq eu não quero comprar de uma marca que use mão de obra escrava, ou que maltrate orangotangos, espero que você também não.
Orangotangos, bei, como assim? Bom, pra quem não sabe, até pouco tempo atrás a nestle respondia a processos e protestos pois ela comprava de uma empresa que desmatou uma área na indonésia para plantar e extrair óleo de palma, usado para fazer alguns chocolates, em especial, o kit kat. Isso afetou diretamente a vida de milhares de orangotangos da região. Tenso né? Protestos a parte, é muito bom ver que consumidores estão com essa consciência. Mas como ficam as marcas? e seu propósito? É aí que voltamos naquele ponto crucial do dinheiro. A lógica é simples, se meu propósito for ganhar mais dinheiro, as pessoas não vão querer saber da minha marca. Porém, se meu propósito for fazer algo significativo para meu público…. ah… aí a história muda né amiguinho, aí as pessoas se identificam, compram e.. bummm ganham mais dinheiro.
Paradoxal não é mesmo?
Isso é o que obras como marketing 4.0, do kotler, que eu recomendo muito a leitura falam. Existe uma metodologia tb, chamada de golden circle, desenvolvida por um cara chamado simon sinek, sério, procurem sobre isso no youtube ou no google, se você ainda não conhece, é bem legal. E ao conhecer sobre esses dois tópicos que eu comentei, fica mais claro entender que o propósito, o verdadeiro, vai muito além de grana. Vai de criar uma organização sustentável, inclusive economicamente, mas que se preocupe com o futuro do planeta e das pessoas! Isso é muito legal. Existe um case muito bacana que até uso em minhas aulas. Existe uma marca chamada patagônia, que faz casacos e jaquetas para neve e alpinismo, em 2011 ou 2012 ela publicou em plena black friday, um anúncio página inteira falando não compre essa jaqueta. se tratava do novo modelo da marca e a patagônia é conhecida por sua durabilidade. Ele4s oferecem até garantia vitalícia para algumas peças ou seja, se vc já tem uma patagonia, vc não precisa de outra! E isso está relacionado a propósito! Enfim Sendo proposital ou não, as pessoas de identificaram tanto que essa ação auxiliou a marca a faturar 500 milhões de dólares naquele ano!
Ok, se você ouviu até aqui, meu muito obrigado! Acredito que esse é o ponto alto desse podcast. Lembra que lá no começo falei que o termo propósito teve seu significado deturpado nos últimos anos? pois é, é como a palavra gratidão, que é super bonita mas a galera good vibes destruiu e banalizou a parada. As empresas estão banalizando a palavra propósito falando que “não usamos mão de obra escrava nem infantil” como se isso fosse diferencial. Isso é cumprir a lei meu chapa, é o mínimo! Outro ponto, empresas pensam em propósito, em inclusão, em diversidade, em respeito ao meio ambiente e às culturas, etc. Mas são poucas que estão preocupadas com o cliente interno, por exemplo? Você já ouviu esse termo? cliente interno? São os colaboradores. E eu chamo por esse nome pois não consigo pensar em definição melhor. O colaborador não é apenas um cliente, ele é O CLIENTE MAIS IMPORTANTE DA EMPRESA. DE QUALQUER EMPRESA. Se ele não compra sua ideia meu chapa, como você espera que ele venda pra alguém?
E não estamos falando só da ponta que lida com público como setor vendas e atendimento. Todos os funcionários, todos mesmo, da linha de produção à logística, do estagiário aos diretores, precisam 1 conhecerem o propósito organizacional, 2 se sentirem valorizados pela empresa, 3 entenderem como o sua função é importante para auxiliar a alcançar o propósito da empresa, como um todo. 3 passos que parecem simples mas são extremamente complexos de se conseguir. estamos falando de diferentes públicos, com diferentes aspirações e motivações. A maioria das estratégias envolvendo propósito organizacional falha pois não consegue, primeiro, mudanças efetivas no CLIMA ORGANIZACIONAL. Claro, isso é um tema para outro podcast, ou melhor BEICAST.
Para finalizar, ressalto que temos um longo caminho pela frente. Nós ainda temos empresas que se referem ao seu público interno como EMPREGADOS. Aliás, que tratam seu público interno como um mero recurso, e não o ativo mais importante da organização. Paralelamente, temos empresas que não ligam para questões relacionadas ao bem estar das pessoas, cuidado com o meio ambiente, respeito aos animais, etc. A boa notícia é que essas empresas, aos poucos vão perdendo mercado e dando espaço para novas organizações com novos pensamentos. A má notícia é que essas empresas são as startups que veja, não me leve a mal, sou um grande entusiasta, mas que mas delas tb estão deturpando o significado das coisas, romantizando relações abusivas de trabalho, etc nesse bolo tem também o empreendedorismo de palco e tudo mais, tema pra outro podcast!
Materiais para se aprofundar!
Ted Simon Sinek https://www.ted.com/talks/simon_sinek_how_great_leaders_inspire_action?language=pt-br
Música Eagle fly free! <3 https://open.spotify.com/track/3aJymuSkVjznisc20MND55?si=8SuvynkdSZ2q7c9QGJ2mEg
Referências
https://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20120912/nao-compre-esta-jaqueta/1030.shtml
https://super.abril.com.br/blog/planeta/greenpeace-faz-campanha-contra-nestle/
https://thegreenestpost.com/5-empresas-envolvidas-com-trabalho-escravo/